Anistiados da Embraer vão tentar marcar audiência com Ministro da Justiça

Anistiados políticos da greve de 1984 da Embraer se reuniram, na última quinta-feira, dia 5, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São José dos Campos. Em discussão, o processo de mobilização em busca de reparação econômica aos 108 ex-trabalhadores da Embraer vítimas da perseguição política durante a ditadura militar.

A Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, reconheceu que os trabalhadores da greve de 1984 são anistiados políticos, por terem sido demitidos por perseguição política, mas não concedeu a indenização devida para tais casos. A Comissão justificou sua decisão baseada numa interpretação equivocada de um processo movido pelos ex-trabalhadores para cobrar verbas rescisórias da Embraer.

Na assembleia com os anistiados, o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva, relatou que, durante encontro em Brasília, o presidente da Comissão de Anistia relatou que não há previsão para o julgamento do recurso dos ex-trabalhadores da Embraer e que houve cortes de recursos no setor.

"É um absurdo que o governo da presidente Dilma, que lutou contra a ditadura, se negue a conceder a reparação econômica a perseguidos pelo regime militar. Vamos denunciar esta situação", comentou Herbert.

Os anistiados da Embraer, junto com o Sindicato, vão tentar agora marcar uma audiência com o ministro da Justiça, Nelson Jobim, para buscar alguma solução para o caso.